terça-feira, 13 de novembro de 2012

NOÇÕES DE EMBRIOLOGIA GERAL E HUMANA



NOÇÕES DE EMBRIOLOGIA ANIMAL

OS GAMETAS  OU CÉLULAS SEXUAIS DOS ANIMAIS

O espermatozoide é a célula reprodutiva de todos os animais machos
Os espermatozoides são gametas masculinos produzidos durante aespermatogênese que ocorre nos testículos. Células leves e móveis, osespermatozoides se desenvolvem a partir das espermátides e se movimentam em direção ao óvulo com uma velocidade de 1mm/min a 4mm/min em média. Osespermatozoides são dotados de cabeça, colo ou peça intermediária, ecauda ou flagelo.
A cabeça do espermatozoide tem forma oval e é quase totalmente ocupada pelo núcleo, composto de cromossomos paternos. Na parte superior da cabeça há o acrossoma, oriundo da junção de vesículas do aparelho de Golgi e que consiste em uma bolsa cheia de enzimas com a função de facilitar a penetração do espermatozoide no óvulo durante a fecundação.
O colo, também chamado de peça intermediária, contém mitocôndrias que produzem o trifosfato de adenosina (ATP), essencial para o movimento dos flagelos. Já a cauda ou flagelo desenvolve-se a partir do centríolo e tem a função de impulsionar o espermatozoide pelo aparelho reprodutor feminino.
Os espermatozoides ficam mergulhados em um fluido produzido pelas glândulas seminais e pela próstata. Esse fluido é nutritivo para os espermatozoides e é expulso do corpo no momento da ejaculação. Uma vez no sistema reprodutor feminino, os espermatozoides conseguem fecundar um óvulo no período de 48 a 72h.


Tipos de óvulos e a distribuição de vitelo

A classificação dos óvulos nos organismos animais varia de acordo com a quantidade e a distribuição de vitelo (substância de reserva energética) presente em seu interior, implicando no padrão de segmentação (ou clivagem) da célula ovo ou zigoto.

Quanto maior a quantidade de vitelo, menor é a velocidade do processo de segmentação;
Quanto menor a quantidade de vitelo, maior a velocidade do processo de segmentação. 

DESSA FORMA, OS ÓVULOS SÃO AGRUPADOS EM QUATRO TIPOS DISTINTOS:

Isolécito (oligolécito, alécito ou homolécito)
óvulos com baixa quantidade de vitelo, dispersos homogeneamente no citoplasma da célula. 
- Tipo de segmentação: holoblástica igual. 
- Exemplo: equinidermos, espongiários, protocordados e mamíferos.

Heterolécito (mediolécito ou miolécito) óvulos com muito vitelo dispersos pela célula, formando uma região distinguindo o pólo animal (com pouco vitelo, contendo o núcleo) e o pólo vegetativo (concentrada em vitelo).
- Tipo de segmentação: holoblástica desigual, formando após divisão, dois tipos de células com tamanhos diferenciados (os micrômeros e os macrômeros). 
- Exemplo: moluscos, platelmintos, anelídeos, anfíbios e alguns peixes.

Telolécito (megalécito) óvulos maiores, contendo muito vitelo disperso na célula. O núcleo fica localizado em uma região delimitada por uma cicatrícula que separa o pólo animal do vegetal.
- Tipo de segmentação: Meroblástica discoidal.
- Exemplo: répteis, aves e alguns peixes. 

Centrolécito  óvulo com vitelo concentrado na região central juntamente ao núcleo. O vitelo nesse tipo de célula não se divide, porém o núcleo passa por diversas divisões com posterior migração para a periferia.
- Tipo de segmentação: Meroblástica superficial. 
- Exemplo: artrópodes.

RESUMINDO



A FERTILIZAÇÃO OU FECUNDAÇÃO 


Dos aproximadamente 300 milhões de espermatozóides eliminados na ejaculação, apenas cerca de 200 atingem a tuba uterina, e só um fecunda o ovócito II.

      

Quando liberado do ovário, o ovócito encontra-se envolto na zona pelúcida, formada por uma rede de filamentos glicoprotéicos. Externamente a zona pelúcida há a corona radiata, formadas por células foliculares (células derivadas do ovário).


Na fecundação, o espermatozóide passa pela corona radiata e ao atingir a zona pelúcida sofre alterações formando a membrana de fecundação, que impede a penetração de outros espermatozóides no ovócito.
Ao mesmo tempo, há finalização da meiose dando origem ao óvulo e formando-se o segundo corpúsculo polar.
               

Na fecundação, o espermatozóide fornece para o zigoto o núcleo e o centríolo. As mitocôndrias dos espermatozóides desintegram-se no citoplasma do óvulo. Assim, todas as mitocôndrias do corpo do novo indivíduo são de origem materna.
Hoje se sabe que há muitas doenças causadas por mutações no DNA mitocondrial e que elas são transmitidas diretamente das mães para seus descendentes. Além disso, a análise do DNA mitocondrial tem sido usada em testes de maternidade para verificar quem é a mãe de uma criança.
O núcleo haplóide do óvulo e o núcleo do espermatozóide recebem, respectivamente, os nomes pró-núcleo feminino e pró-núcleo masculino. Com a união desses núcleos (anfimixia), temos a formação da célula-ovo ou zigoto e o início do desenvolvimento embrionário.
http://www.sobiologia.com.br/conteudos/embriologia/reproducao6.php



CURIOSIDADE

 O QUE É HCG OU GONADOTROFINA CORIÔNICA

HCG (sigla em inglês para Gonadotrofina Coriónica Humana) também é o nome no Brasil do exame para detectar a gravidez.
O embrião, quando atinge o útero, produz um hormônio chamado Hormônio Coriônico Gonadotrófico (HCG). Esse hormônio “manda" o ovário produzir estrogênio e a progesterona.
Esse estrogênio e progesterona chegam à hipófise, "avisando" a hipófise de que a mulher está grávida.
Nesse caso, a hipófise para de produzir os hormônios que iriam estimular o ovário para a ovulação, suspendendo, assim, o ciclo menstrual.
Quando uma mulher está grávida, é o exame desse hormônio que dá certeza da gravidez. Esses exames costumam dar positivo no primeiro dia de falha da menstruação.
 Dr. Sérgio dos Passos Ramos

SEGMENTAÇÕES OU CLIVAGENS OU DIVISÕES CELULARES

As divisões que ocorrem durante a segmentação denominam-se clivagens, e as células que se formam são chamadas blastômeros.
No Reino Animal, a diferença na quantidade e na distribuição do vitelo no ovo determina diferenças na segmentação, menor a velocidade de divisão. Em função disso, podemos considerar dois tipos básicos de segmentação:
  • holoblástica ou total que ocorre no zigoto todo;

  • meroblástica ou parcial, que ocorre só em parte do ovo. 

Segmentação holoblástica

A segmentação holoblástica ocorre nos alécitos, nos isolécitos (ou oligolécitos) e nos heterolécitos, e pode ser subdividida em três tipos, com base no tamanho das células que se formam a partir da terceira clivagem (quando muda o plano de divisão celular):
  • holoblástica igual, na qual se formam, com a terceira clivagem, oito blastômeros iguais; ocorre nos ovos alécitos e em alguns oligolécitos; 

  • holoblástica desigual, na qual se formam, com a terceira clivagem, blastômeros de tamanhos diferentes (quatro menores: micrômeros; e quatro maiores: macrômeros); Ocorre em todos os ovos heterolécitos e em alguns oligolécitos; 

  • holoblásticas subigual, um tipo de segmentação desigual em que os blastômeros não diferem muito entre si quanto ao tamanho, ocorre em alguns ovos isolécitos.

Segmentação meroblástica

Devido à diferença na distribuição do vitelo, existem dois tipos básicos de segmentação meroblástica: a discoidal e a superficial.
Na segmentação meroblástica discoidal, as divisões ocorrem apenas na região da cicatrícula (região da célula sem vitelo), formando-se um disco de células sobre a massa do vitelo. Esse tipo de segmentação ocorre nos ovos telolécitos.



A segmentação meroblástica superficial ocorre nos ovos centrolécitos. As células embrionárias ficam dispostas na superfície do ovo.

Obs: o ovo acima é CENTROLÉCITO, e não telolécito como está escrito.

RESUMINDO
Fases da segmentação

Embora existam diferentes tipos de segmentação, eles normalmente se realizam segundo duas fases:

  • mórula, em que se forma um maciço celular com poucas células;
  • blástula, em que é aumentado o número de células e se forma uma cavidade interna cheia de líquido.
A cavidade central que se observa na blástula recebe o nome de blastocele (cele = cavidade) e é cheia de líquido sintetizado pelas células que formam os seus limites.
Nos ovos isolécitos e nos heterolécitos a blastocele é bem desenvolvida.
Na blástula originada da segmentação de ovos telolécitos, não se observa a verdadeira blastocele (cele = cavidade) e é cheia de líquido sintetizado pelas células que formam os seus limites.

Na gastrulação, diferenciam-se os folhetos germinativos ou embrionários, que darão origem a todos os tecidos e órgãos. Esses folhetos são: ectoderma (o mais externo), mesoderma (o intermediário) e endoderma (o mais interno).

Organogênese em anfioxo
A terceira fase do desenvolvimento embrionário é a organogênese, que se caracteriza pela diferenciação de órgãos a partir dos folhetos embrionários formados na gastrulação. O esquema seguinte representa a fase inicial da organogênese: a neurulação. Após a neurulação, os folhetos embrionários, continuam a se diferenciar, originando os tecidos especializados do adulto.

Do ectoderma diferencia-se o tubo neural, que apresenta no seu interior o canal neural. O endoderma dá origem ao tubo digestório. O mesoderma dá origem aos somitos e à notocorda. Os somitos são blocos celulares dispostos lateralmente no dorso do embrião, e a notocorda é uma estrutura maciça localizada logo abaixo do tubo neural.

Animais cordados (vertebrados) – possuem notocorda, tubo neural dorsal, fendas branquiais e cauda, pelo menos enquanto embriões.

EMBRIOLOGIA HUMANA
Desenvolvimento Embrionário Humano (Clique na imagem para ampliar)




De acordo com o esquema do desenvolvimento embrionário humano inicial e suas fontes, responda:

01. Quais as fases do ciclo menstrual?
MENSTRUAL, PROLIFERATIVA E SECRETORA OU LUTEÍNICA.

02. Qual a importância do folículo ovariano?
AMADURECIMENTO E LIBERAÇÃO DO OVÓCITO II (POSSÍVEL ÓVULO).

03. Em que quadro ocorre a primeira segmentação ou clivagem?
QUADRO 2 DA 1ª SEMANA – 2º DIA.

04. O que é a mórula? Qual o motivo desse nome?
FASE EMBRIONÁRIA COM 32 OU 64 CÉLULAS (BLASTÔMEROS) SEMELHANTE A UMA AMORA.



05. Como se denomina a blástula humana? O que significa sua implantação?
BLASTOCISTO. ELE SE IMPLANTA QUANDO ENTRA NO ENDOMÉTRIO UTERINO, FICANDO EM CONTATO DIRETO COM A MÃE.





06. Qual a importância das transformações ocorridas na segunda semana de gestação para a nutrição e a proteção do embrião?
A FORMAÇÃO DO ÂMNIO PARA EVITAR COQUES MECÂNICOS E DOS VASOS DA PLACENTA QUE TRARÃO NUTRIENTES PARA O EMBRIÃO.




07. No 16º dia teremos a formação das três camadas embrionárias fundamentais. Quais são elas? Qual o nome dessa fase que o embrião se encontra agora?
ECTODERMA, MESODERMA E ENDODERMA. GÁSTRULA.

08. O que é a neurulação, ocorrida partir do o 17º dia da gestação?
FORMAÇÃO DO TUBO NEURAL E DO SISTEMA NERVORO.



09. O que é a organogênese, que ocorre entre a 3ª e a 8ª semanas? Qual a sua relação com a diferenciação celular?
FORMAÇÃO DOS ÓRGÃOS E SISTEMAS QUE SE RELACIONAM COM AS CÉLULAS QUE VÃO SE DIFERENCIANDO.


10. Cite três mudanças externas do embrião entre a 4ª e a 6ª semanas.
APARECEM A BOCA PRIMITIVA, OS MEMBROS E OS ORIFÍCIOS DAS NARINAS E DAS ORELHAS.




10. Complete o quadro com órgãos formadores dos sistemas indicados.
ENDODERME – ESTÔMAGO, PULMÕES E BEXIGA URINÁRIA.
MESODERME – RINS, OSSOS E MÚSCULOS.
ECTODERME – CÉREBRO, EPIDERME E DENTES.

11. Observe o esquema a seguir e cite as funções de cada anexo embrionário.
ÂMNIO – PROTEÇÃO CONTRA CHOQUES MECÂNICOS;
CÓRION – PROTEÇÃO DOS DEMAIS ANEXOS;
CORDÃO UMBILICAL – LEVA SANGUE DA MÃE PARA O FETO E VICE-VERSA;
PLACENTA – INTERCÂMBIO DE NUTRIENTES E EXCRETAS ENTRE A MÃE E O FETO.



12. A partir de qual estrutura se dará a formação do clitóris ou do pênis? O que determina tal diferenciação?
A PARTIR DO TUBÉRCULO GENITAL, DETERMINADA POR GENES E HORMÔNIOS SEXUAIS.


13. O que caracteriza o início do período fetal? Cite uma mudança interna característica do feto em relação ao embrião.
A OSSIFICAÇÃO, OU SEJA, CALCIFICAÇÃO DOS OSSOS.

14. Quais os gêmeos que podem nascer unidos por alguma parte do corpo? Por quê?
IDÊNTICOS OU MONOZIGÓTICOS, POIS SÃO ORIGINADOS DA DIVISÃO DO MESMO ZIGOTO, QUE NESSE CASO NÃO SE DIVIDIU COMPLETAMENTE.

15. Quais os tipos de parto? Qual a principal diferença entre eles?
NORMAL – QUANDO A CRIANÇA SAI DA MÃE PELO CANAL VAGINAL DILATADO, NATURALMENTE.
CESARIANO – QUANDO A CRIANÇA SAI DA MÃE POR UMA INCISÃO ABDOMINAL FEITA POR UM MÉDICO OBSTETRA. 


GÊMEOS: PODEM SER IDÊNTICOS OU DIFERENTES.





Ovo de galinha -Estrutura do ovo

O ovo é um recipiente biológico perfeito que contém material orgânico e inorgânico em sua constituição.


Estrutura do Ovo
Está composto por 4 partes principais: gema, clara ou albúmen, membranas da casca, membrana vitelina e casca.
                                    
A gema constitui 30% do peso do ovo. A membrana vitelina, separa a clara da gema, é o resultado de um endurecimento da periferia do citoplasma ovular.
As calazas colaboram para manter o blastodisco em posição superior, uma vez que sustentam a gema no centro do ovo e se enrolam em sentido inverso. Desta maneira, quando uma enrola a outra se desenrola, servindo para manter a gema numa posição estabilizada.

Com o envelhecimento o ar atmosférico penetra pelos poros da casca, devido a saída de CO2, aumentando a câmara de ar. Concomitantemente, ocorre liquefação da clara, fazendo com que por osmose a água penetre na gema através da membrana vitelina, que aumenta de volume, descentralizando. Isto pode ser visto no ovo cozido quando a gema fica aderida a casca do ovo. Com o tempo a pressão da gama fica maior provocando o seu rompimento e misturando o conteúdo do ovo, clara e gema.

Gêmeos

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terça-feira, 23 de outubro de 2012

Ácidos Nucleicos e Código Genético

Ácidos Nucleicos
Ácido desoxirribonucleico (ADN ou DNA)
Ácido ribonucleico (ARN ou RNA)



A estrutura do DNA foi descoberta em 1953, por Watson e Crick.


Os ácidos nucleicos são formados por unidades, os nucleotídeos, que se diferenciam pela pentose (desoxirribose - DNA; ribose - RNA), e pelas bases nitrogenadas Adenina (A), Guanina (G), Citosina (C), Timina (T) - exclusiva do DNA - e Uracila (U) - exclusiva do RNA.

DNA: Duplicação, Transcrição e Tradução

DNA: Duplicação, Transcrição e Tradução

A Necessidade de Novas Células

Novas células surgem para permitir o crescimento de um ser pluricelular, para repor células perdidas por traumatismo ou para formar células reprodutivas, como os gametas.

Esse trabalho é feito por algumas células preexistentes situadas próximo do local onde forem necessárias as novas células, por meio de processo de divisão celular. Porém, antes de a célula se dividir, seu material genético (DNA) deverá ser duplicado para que as novas células recebam as informações genéticas exatamente iguais às da célula-mãe: é aautoduplicação semiconservativa do DNA.

REPLICAÇÃO OU DUPLICAÇÃO

A duplicação é controlada por várias enzimas que promovem o afastamento dos fios unem os nucleotídeos novos e corrigem os erros. Esse processo ocorre em várias partes da molécula e nos 2 sentidos. Esse processo é considerado semiconservativo porque conserva metade da molécula-mãe.
A enzima específica, a DNA-polimerase quebra das pontes de hidrogênio dando origem a separação das duas cadeias. Ao mesmo tempo, cada cadeia vai formando a sua cadeia complementar através do encadeamento de novos nucleotídeos. O resultado é a formação de duas novas cadeias.
A ação da enzima DNA polimerase
Diversos aspectos da duplicação do DNA já foram desvendados pelos cientistas. Hoje, sabe-se que há diversas enzimas envolvidas nesse processo. Certas enzimas desemparelham as duas cadeias de DNA, abrindo a molécula. Outras desenrolam a hélice dupla, e há, ainda, aquelas que unem os nucleotídeos entre si. A enzima que promove a ligação dos nucleotídeos é conhecida como DNA polimerase, pois sua função é construir um polímero (do grego poli, muitas, e meros, parte) de nucleotídeos.

DNA polimerase

Questão de lógica

Temos uma molécula de DNA com 21% de timina, a partir disso responda, qual é a porcentagem das outras bases nitrogenadas  presentes nessa mesma molécula?
Resposta: Para responder a esta questão basta pensar no “efeito espelhado” que existe entre as bases nitrogenadas:
Deu pra perceber o efeito? Para cada Guanina, temos uma Citosina e para cada Timina temos uma Adenina, assim, pode-se dizer que, na molécula de DNA dada, onde temos 21% de Timina, temos também 21% de Adenina, 29% de Guanina e 29% de Citosina.
Observação: não podemos deduzir o percentual das bases no RNA formado, visto que para a transcrição usa-se apenas uma cadeia de DNA, e o percentual das bases do DNA é das duas cadeias.



RNA OU ARN - O Grande Auxiliar do DNA na Transcrição


A composição química do RNA é bastante semelhante à do DNA. Os nucleotídeos diferem em dois aspectos: a pentose (ribose) e a base pirimídica (timina é substituída por uracila).

O RNA é constituído por uma única cadeia de nucleotídeos, não existindo as relações de igualdade entre bases púricas e pirimídicas.

Quando uma célula não vai se reproduzir e o DNA não irá se autoduplicar, os genes necessários a esta célula deverão entrar em funcionamento. Entretanto, os genes (pedaços do DNA) não agem diretamente na determinação das características genéticas. Atuam, orientando a produção de proteínas. Estas é que darão as características. Como ocorre isso? Estas é que darão as moléculas denominadas RNA, produzidas por transcrição(cópia) do DNA.

TRANSCRIÇÃO


É o processo através do qual o DNA serve de molde para a síntese do RNA. Apenas uma cadeia de DNA é usada no processo, ativado pela enzima RNA-polimerase. O DNA comanda todas as reações químicas, mas não de maneira direta, pois grande parte das reações químicas ocorre no citoplasma. Portanto, ao produzir o RNA estará transmitindo todas as informações necessárias para a produção de enzimas que atuarão nas reações químicas da célula.



O código genético
A mensagem genética contida no DNA é formada por um alfabeto de quatro letras que correspondem aos quatro nucleotídeos: A, T, C e G. Com essas quatros letras é preciso formar “palavras” que possuem o significado de “aminoácidos”. Cada proteína corresponde a uma “frase” formada pelas “palavras”, que são os aminoácidos. De que maneira apenas quatro letras do alfabeto do DNA poderiam ser combinadas para corresponder a cada uma das vinte “palavras” representadas pelos vinte aminoácidos diferentes que ocorrem nos seres vivos.
Uma proposta brilhante sugerida por vários pesquisadores, e depois confirmada por métodos experimentais, foi a de que cada três letras (uma trinca de bases) do DNA corresponderia uma “palavra”, isto é, um aminoácido. Nesse caso, haveria 64 combinações possíveis de três letras, o que seria mais do que suficiente para codificar os vinte tipos diferentes de aminoácidos(matematicamente, utilizando o método das combinações seriam, então, 4 letras combinadas 3 a 3, ou seja, 43 = 64 combinações possíveis).
O código genético do DNA se expressa por trincas de bases, que foram denominadas códons.Cada códon, formado por três letras, corresponde a um certo aminoácido.
A correspondência entre o trio de bases do DNA, o trio de bases do RNA e os aminoácidos por eles especificados constitui uma mensagem em código que passou a ser conhecida como “código genético”.

Mas, surge um problema. Como são vinte os diferentes aminoácidos, há mais códons do que tipos de aminoácidos! Deve-se concluir, então, que há aminoácidos que são especificados por mais de um códon, o que foi confirmado. A tabela abaixo, especifica os códons de RNAm que podem ser formados e os correspondentes aminoácidos que especificam.
 
 Dizemos que o código genético é universal, pois em todos os organismos da Terra atual ele funciona da mesma maneira, quer seja em bactérias, em uma cenoura ou no homem.
O códon AUG, que codifica para o aminoácido metionina, também significa início de leitura, ou seja, é um códon que indica aos ribossomos que é por esse trio de bases qe deve ser iniciada a leitura do RNAm.
Note que três códons não especificam nenhum aminoácido. São os códons UAA, UAG e UGA, chamados de códons e parada durante a “leitura” (ou stop códons) do RNA pelos ribossomos, na síntese protéica.
Diz-se que o código genético é degenerado porque cada “palavra” (entenda-se aminoácido) pode ser especificada por mais de uma trinca.


Redundância e ambiguidade

Diz-se que o código genético é degenerado ou redundante por existirem vários codões que codificam o mesmo aminoácido. Por exemplo, os codões UCU, UCC,UCA e UCG codificam todos o aminoácido Serina (Ser). Este fenómeno é também apelidado de degenerescência. Já o contrário não é possível e não existe nenhum codão que possa codificar mais do que um único aminoácido e, logo, nunca é ambíguo. Com apenas 20 palavras necessárias para os 20 aminoácidos comuns, para que são usadas as outras palavras, se o forem? O trabalho de Crick sugeriu que o código genético é redundante, significando que cada uma das trincas deve ter um significado no código. Para que seja verdadeiro, alguns aminoácidos devem ser especificados, por pelo menos duas ou mais trincas diferentes.
O raciocínio é o seguinte. Se apenas 20 trincas fossem usadas, então as outras 44 não teriam significado, pois não codificariam nenhum aminoácido. Neste caso, seria esperado que a maioria das mutações de mudança de matriz de leitura produzisse palavras (códons) sem sentido, o que supostamente pararia o processo de construção de proteína. Se este fosse o caso, então as mutações de deleção ou de mudança de matriz raramente, ou nunca, produziriam proteínas viáveis ou funcionais. Entretanto, se todas as trincas especificam algum aminoácido, então as palavras mutadas simplesmente resultariam na inserção de aminoácidos incorretos na proteína. Então, Crick raciocinou que muitos ou todos os aminoácidos deveriam ter mais de um "nome" (códon) possível no código de pares de bases. Esta hipótese depois foi confirmada bioquimicamente.

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Universalidade
Afirma-se que o Código Genético é universal porque os códons têm o mesmo significado em quase todos os organismos. Assim, o códon AAU codifica o aminoácido Asparagina (Asn) tanto em um ser humano como em um Streptococcus.


Tradução: Síntese de Proteínas
Tradução é o nome utilizado para designar o processo de síntese de proteínas. Ocorre no citoplasma com a participação, entre outros, de RNA e de aminoácidos.
 Quem participa da síntese de proteínas?
Cístron (gene) é o segmento de DNA que contém as informações para a síntese de um polipeptídeo ou proteína.
O RNA produzido que contém uma seqüência de bases nitrogenadas transcrita do DNA é um RNA mensageiro.
No citoplasma, ele será um dos componentes participantes da síntese de proteínas, juntamente com outros dois tipos de RNA, todos de fita simples e produzidos segundo o mesmo processo descrito para o RNA mensageiro:
RNA ribossômico, RNAr. Associando-se a proteínas, as fitas de RNAr formarão os ribossomos, orgânulos responsáveis pela leitura da mensagem contida no RNA mensageiro;



RNAs transportadores, RNAt. Assim chamados porque serão os responsáveis pelo transporte de aminoácidos até o local onde se dará a síntese de proteínas junto aos ribossomos. São moléculas de RNA de fita simples, de pequeno tamanho, contendo, cada uma, cerca de 75 a 85 nucleotídeos. Cada fita de RNAt torce-se sobre si mesma, adquirindo o aspecto visto na figura abaixo.
Duas regiões se destacam em cada transportador: uma é o local em que se ligará o aminoácido a ser transportado e a outra corresponde ao trio de bases complementares (chamado anticódon) do RNAt, que se encaixará no códon correspondente do RNAm.
Anticódon é o trio de bases do RNAt, complementar do códon do RNAm.


 RNA - Tradução passo a passo
A tradução é um processo no qual haverá a leitura da mensagem contida na molécula de RNAm pelos ribosomo, decodificando a linguagem de ácido nucléico para a linguagem de proteína.
Cada RNAt em solução liga-se a um determinado aminoácido, formando-se uma molécula chamada aminoacil-RNAt, que conterá, na extremidade correspondente ao anticódon, um trio de códon do RNAm.
Para entendermos bem este processo, vamos admitir que ocorra a síntese de um peptídeo contendo apenas sete aminoácidos, o que se dará a partir da leitura de um RNAm contendo sete códons (21 bases hidrogenadas). A leitura (tradução) será efetuada por um ribossomo que se deslocará ao longo do RNAm.
  

Esquematicamente na síntese protéica teríamos:
  • Um RNAm, processado no núcleo, contendo sete códons (21 bases hidrogenadas) se dirige ao citoplasma.
  • No citoplasma, um ribossomo se liga ao RNAm na extremidade correspondente ao início da leitura. Dois RNAt, carregando os seus respectivos aminoácidos (metionina e alanina), prendem-se ao ribossomo. Cada RNAt liga-se ao seu trio de bases (anticódon) ao trio de bases correspondentes ao códon do RNAm. Uma ligação peptídica une a metionina à alanina.
  • O ribossomo se desloca ao longo do RNAm. O RNAt que carregava a metionina se desliga do ribossomo. O quarto RNAt, transportando o aminoácido leucina, une o seu anticódon ao códon correspondente do RNAm. Uma ligação peptídica é feita entre a leucina e a alanina.
  • O ribossomo novamente se desloca. O RNAt que carregava a alanina se desliga do ribossomo. O quarto RNAt, transportando o aminoácido ácido glutâmico encaixa-se no ribossomo. Ocorre a união do anticódon desse RNAt com o códon correspondente do RNAm. Uma ligação peptídica une o ácido glutâmico à leucina.
  • Novo deslocamento do ribossomo. O quinto RNAt, carregando a aminoácido glicina, se encaixa no ribossomo. Ocorre a ligação peptídica da glicina com o ácido glutâmico.
  • Continua o deslocamento do ribossomo ao longo do RNAm. O sexto RNAt, carregando o aminoácido serina, se encaixa no ribossomo. Uma liogação peptídica une a serina à glicina.
  • Fim do deslocamento do ribossomo. O último transportador , carregando o aminoácido triptofano, encaixa-se no ribossomo. Ocorre a ligação peptídica do triptofano com a serina. O RNAt que carrega o triptofano se separa do ribossomo. O mesmo ocorre com o transportador que portava a serina.
  • O peptídeo contendo sete aminoácidos fica livre no citoplasma. Claro que outro ribossomo pode se ligar ao RNAm, reiniciando o processo de tradução, que resultará em um novo peptídio. Perceba, assim, que o RNAm contendo sete códons (21 bases nitrogenadas) conduziu a síntese de um peptídeo formado por sete aminoácidos.

Possíveis destinos das proteínas
O RNAm, ao sair do núcleo pode seguir dois destinos:
  • Ser traduzido nos ribossomos do retículo endoplasmático rugoso - e esta proteína será exportada para fora da célula passando pelo Golgi e saindo por exocitose em forma de vesículas.
  • Ou será traduzido nos ribossomas livres no citoplasma - esta proteína então permanecerá dentro da célula, executando alguma importante função. Ex. Dentro do Golgi, ou livre no citoplasma.
 
Síntese de proteínas no núcleo celular?
No núcleo de todas as células eucarióticas, a produção de RNA se da a partir do molde de uma fita do DNA. Então, o RNA sofre algumas alterações e segue para o citoplasma onde se associa aos ribossomos para a formação das proteínas. Acreditava-se que a síntese de proteínas (tradução) ocorresse somente no citoplasma, mas em recente trabalho publicado na prestigiada revista Science foi demonstrado que os elementos necessários à tradução se associam no núcleo, onde proteínas seriam formadas. Além disso os pesquisadores constataram que as estruturas responsáveis pela tradução estão em atividade no núcleo celular.